Defesa de Tese de Florita Cuhanga António Telo (PPGNEIM/UFBA)

Defesa Pública de Tese de Doutorado do PPGNEIM da UFBA

Título do Trabalho: Decidi que a maternidade não é a minha ‘vibe’: a construção da autonomia reprodutiva por mulheres angolanas que escolheram não ter filhos ou tiveram apenas um

Autora: Florita Cuhanga António Telo

Banca: Felipe Bruno Martins Fernandes (orientador – BEGD/UFBA); Ângela Lúcia Silva Figueiredo (UFRB); Cristiane Santos Souza (UNILAB); Patrícia Godinho Gomes (POSAFRO) e Salete Maria da Silva (PPGNEIM)

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Resumo do Trabalho: Esta pesquisa se debruça sobre a autonomia reprodutiva em Angola. Desde uma perspectiva pós-colonial, fazemos uma análise crítica ao conceito dos direitos reprodutivos, de onde advém a definição de autonomia reprodutiva. É a partir do resultado desta problematização que analisamos o processo de construção da autonomia reprodutiva em Angola. Através de uma pesquisa qualitativa, que privilegia a etnografia, a tese analisa a construção da autonomia reprodutiva em Angola, por meio das histórias de vida de cinco mulheres angolanas que escolheram não ter filha/o, ou ter apenas um/a. Para tal são exploradas as concepções de gênero, mulher, família e maternidade nas múltiplas culturas locais, bem como as trazidas pela colonização. Constatamos assim que o ponto central é a autopercepção de que se é sujeito de direitos, que pode fazer as suas próprias escolhas. Esta visão do self é construída mediante o modelo materno (e paterno) que tiveram dentro de casa. Um contexto em que as categorias mãe – mulher – esposa são tidas como interligadas, mas não indissociáveis. Outrossim, a autonomia reprodutiva é exercida de modo compartilhado entre a mulher e a família materna, mais do que com marido, principalmente por representar a continuidade da família, do nome, da cultura. A gravidez não é um ato isolado e diz respeito a todas/os. Entretanto, as transformações da organização familiar e social têm propiciado uma mudança de paradigma reprodutivo, dando lugar a novas formas de exercício da autonomia reprodutiva.

Palavras-chave: Angola. Mulheres. Autonomia Reprodutiva. Direitos Reprodutivos. Pós-Colonial.

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