Docentes do Departamento de Estudos de Gênero e Feminismos da UFBA apresentam graduação pioneira no Congresso dos 75 Anos da UFBA

Acesse aqui a gravação da referida atividade. Fonte: <https://youtu.be/sKbj8XTjQiw>.

Numa mesa-diálogo especialmente preparada para o Congresso UFBA 75 anos, os professores Salete Maria e Felipe Fernandes, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH), realizaram uma edição especial da iniciativa denominada “Diálogos Abertos em Gênero e Diversidade”, cujo objetivo foi visibilizar e valorizar o Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade (BEGD), do qual eram coordenadores quando submeteram a proposta ao referido congresso.

Durante o diálogo, os professores destacaram a proposta inovadora do curso em que são docentes e pontuaram, de maneira crítica, franca, reflexiva, apaixonada e comprometida, os principais avanços e desafios da referida graduação.

Ao longo da conversa, destacaram o importante papel das pioneiras dos estudos de gênero e feminismo na UFBA, responsáveis pela abertura de caminhos que culminaram na criação do referido curso. Renderam homenagens às professoras Zahidé Machado Neto (primeira estudiosa do campo nesta IES), Alda Motta, Cecília Sardenberg e, sobretudo, Ana Alice Costa, subscritora do projeto que deu origem ao curso.

Falaram da origem do Bacharelado, do seu projeto político pedagógico, da sua importância social, acadêmica e política, e da diversidade que caracteriza seu corpo docente, técnico e discente. Mencionaram a importância do trabalho dos servidores técnico-administrativo e destacaram a formação e a qualidade da atuação dos mesmos.

Durante o bate papo, que se deu de forma descontraída, destacaram que o curso tem formado profissionais aptas(os) a formular, analisar e gerir políticas públicas com perspectiva de gênero e diversidade. Destacando, no entanto, que é preciso aprimorar o projeto político pedagógico, através da reforma curricular que está em curso e melhorar a gestão do mesmo a fim de superar problemas internos e o baixo índice de formandos ao longo de seus 12 anos.

Foi destacado pelo professor Felipe Fernandes a importância do estágio supervisionado obrigatório e a necessidade de se focar em campos de estágio que permitam aos discentes exercitarem o aprendizado construído ao longo das disciplinas.

A expertise e o excelente nível de formação do corpo docente foi destacado durante as falas, assim como os desafios no que tange à gestão do curso, visto que este tem sido um dos principais problemas nos últimos tempos, haja vista que o curso ficou acéfalo por mais de uma ocasião em curto espaço de tempo.

Foi registrado, com muita alegria, que, apesar dos percalços, o curso obteve nota 4 durante a primeira visita do MEC em 2015 e que é importante buscar manter ou superar este padrão. Para tanto, a professora Salete Maria mencionou a importância da formalização da composição do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso, que pela primeira vez em setembro de 2021 foi nomeado através de portaria e já tem regulamento interno, elaborado em sua gestão e aprovado por unanimidade pelo colegiado.

Outro desafio destacado pelos docentes diz respeito à não participação de representantes estudantis nas reuniões de colegiado, haja vista que durante a gestão dos referidos professores ao menos seis importantes reuniões foram realizadas sem a presença discente, apesar das reiteradas convocações. Segundo os docentes, este é um ponto fraco, visto que os assuntos tratados foram de suma importância, visto que envolveu o próprio regulamento do NDE, a aprovação de plano de gestão, dentre outros.

A professora Salete Maria destacou que os egressos do BEGD tem amplas possibilidades de trabalho, podendo atuar em ONGs, na iniciativa privada e, sobretudo, no âmbito do Estado, em que as políticas públicas são formuladas e executadas, mencionando, particularmente, a carreira de Especialistas em Políticas Públicas e gestão governamental (EPPGG), que existe em nível federal, estadual e municipal.

O professor Felipe Fernandes destacou, com bastante entusiasmo, que alguns discentes egressos do BEGD, dentre eles negros e LGBT, foram agraciados com bolsas de pesquisa e outros foram aprovados, inclusive em primeiro lugar, em mestrados acadêmicos em outras universidades federais.

O diálogo entre os professores durou em torno de uma hora, deixando um gosto de quero mais, pois foi bastante rico em informações e reflexões críticas acerca do curso, além de apresentação de sugestões e declarações de esperança de que o mesmo siga sendo destaque por conta de sua proposta inovadora e dos esforços das/dos profissionais e discentes que o compõem.

A ideia, como disseram os mencionados docentes, era evidenciar a potência e a importância do curso no âmbito de um congresso que celebra os 75 anos da UFBA, e no qual o bacharelado não poderia ficar de fora ou ter participação tímida, haja vista que em outras ocasiões e em outros eventos também houve divulgação do curso, através de pequenos vídeos, porém, e em face de sua importância, como pontuaram os docentes, a divulgação dos avanços e desafios deste Bacharelado merecia um tempo maior num evento desta natureza, dado a sua originalidade e capacidade de transformação social. Sem olvidar do orgulho que ambos demonstraram sentir por terem atuado como coordenadores, mas também por terem legado ao curso o primeiro plano de gestão de sua história, o primeiro manual de uso de sua identidade visual e o primeiro regimento interno do NDE.

Por fim, culminaram com um apelo à comunidade do Curso e à UFBA, em especial, a fim de que apóiem o Bacharelado, priorizando duas demandas, já que há muitos desafios para que este campo de estudos possa seguir vivo e pulsante e para que o curso possa oferecer o melhor em termos de ensino, pesquisa e extensão para seus estudantes e toda a sociedade, sem esquecer das demandas do corpo docente, pois não há espaço físico próprio para a secretaria, para reunião de docentes e, principalmente, não há gabinetes para todos os professores desenvolverem seus trabalhos, inclusive de pesquisa.

Assim, a palavra de ordem que finalizou a conversa foi: “Prioriza BEGD“, slogan da gestão dos mencionados professores.

Vida longa ao Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade da Universidade Federal da Bahia.

Barra lateral