Materiais para Orientação
Encontre aqui o material necessário para início de uma boa relação de orientação:
Charge Produção de Conhecimento
Charge que ilustra bem nossa tarefa em relação à produção de conhecimento (escrita de artigos, capítulos, monografias, relatórios finais de estágio e bolsa, etc.). Há muitas informações circulando. Nosso papel é organizá-las para as/os leitoras/es de forma mais simples. Para isso registramos essas informações (em forma de banco de dados, entrevistas, diários de campo, etc.) para depois análisá-las. Analisar é simplificar a complexidade das informações é “traduzí-las” e “classificá-las”. Nosso papel principal é classificar as informações disponíveis e organizá-las de forma simples. Quando analisamos temos que ter em mente nossas leitoras e leitores que não tem acesso ao mundo de informações que nós temos. Os/as leitoras/es devem entender a situação que analisamos com base em nossos textos. Bom trabalho!
Modelo Sanduíche para escrita de parágrafos
(exceto parágrafos introdutórios, conclusórios e de ligação de ideias)
Modelo Acarajé: como escrever um resumo científico
Manual de Estilo Acadêmico da UFBA
O que esperar e o que não esperar de um orientador
Fonte: <http://pesquisatec.com/new-blog/2013/5/31/o-que-esperar-e-o-que-no-esperar-de-um-orientador>
Autor: Adrian Sgarbi. Tempo estimado de leitura: 4′,28”
Prometi a mim mesmo que não escreveria sobre esse assunto. Seria como um tabu. Afinal, o tema do blog é como a tecnologia pode ser útil na pesquisa. Mas recebi um tweet de @odeiomeuorientador perguntando como se faz para “deletar” um orientador. Engasguei com o café que estava bebendo. Realmente eu não tenho um aplicativo para isso. Tentarei de outro modo.
* * *
Já sei. Você gostaria que o seu orientador fosse como Mr. Miyagi, mas em sua opinião ele está mais para Darth Vader. Pelo visto, você não está sozinho. Na última vez em que busquei no Google Brasil pela frase “Eu odeio o meu orientador”, encontrei quase 10.000 entradas. Isso faz alguns dias, mas não creio que essa realidade tenha melhorado.1
Talvez seja ingenuidade. Mas em minha opinião, saber o que é razoável esperar de um orientador e o que não é pode ajudar a melhorar o cenário. E quem sabe? É possível que de 10.000 o número chegue algum dia ao redor de 7.000 casos de puro ódio. Um começo, não?
A relação entre orientador e orientando pode ser disfuncional de muitas formas. Por isso, ao tratar do tema, deixemos de complicá-lo com grandes expectativas. Caso estejamos de acordo nisso, já podemos passar às listas.
O QUE ESPERAR
Em termos gerais, você tem razão ao querer que o seu orientador:
- O auxilie na delimitação do tema com conselhos e técnicas de pesquisa;
- Converse sobre referências bibliográficas importantes;
- Encontre-o para tratar dos avanços da tese;2
- Que ele seja tão pontual quanto você nos encontros;3
- Que ele maneje encontros com o mínimo de interrupções externas;4
- Opine de forma franca sobre a qualidade de seu trabalho e informe como melhorá-lo;
- Mantenha respeito recíproco no tratamento;
- Que ele seja exigente quanto à qualidade de seu trabalho;
- Estabeleça objetivos e prazos;
- Que ele explique o ritual de defesa no seu devido tempo;
- Que ele não esculhambe você no dia de sua defesa.5
O QUE NÃO ESPERAR
Agora vamos ao que não esperar. Todos os itens abaixo, de um modo ou de outro, apareceram como queixas nos blogs cujo tema é “odeio o meu orientador”. Sinceramente, acho que você tem grandes chances de se decepcionar se você deseja que o seu orientador:
- Seja o seu terapeuta;6
- Seja seu amigo;
- Responda a todas as suas perguntas;7
- Resolva os seus problemas com algum professor;
- Tenha a responsabilidade de lembrar a você os prazos que você deve cumprir;8
- Trabalhe sábado, domingo, feriados ou nas férias na sua tese;
- Considere uma emergência sua como se fosse uma emergência dele;9
- Fique satisfeito ao receber seus rascunhos ao invés de textos coerentes;
- Fique satisfeito ao notar que você não segue suas instruções de pesquisa;
- Espere por você para os encontros de discussão de tese;
- Seja o revisor do seu texto.10
ALGUNS EXTRAS
Antes de terminar, gostaria de dizer uma ou outra coisa sobre algumas situações bastante comuns que podem, ao final, também causar problemas. Considere-as como “extras”.
Meu orientador orientou pouco em sua vida. Veja por esse lado. Isso não é necessariamente um problema. Conheço professores em início de carreira que tiveram um resultado muito bom nas primeiras orientações. Além disso, sempre é possível considerar co-orientações.
Meu orientador não é uma estrela; ele é uma galáxia. Caso o seu orientador seja tão cheio de si que considere que dedicar algum tempo para ler a sua tese é um desperdício para ele, você está encrencado. Neste caso, sugiro uma co-orientação com urgência, caso você não esteja disposto a mudar de orientador por alguma razão.
Meu orientador é famoso. É errado pensar que a fama do seu orientador passará a você. O que você quer? Osmose? O trabalho de escrever e de pesquisar continua sendo seu. Busque apenas manter um bom ritmo de encontros e discussão sobre o seu trabalho. Isso é crucial.
Meu orientador tem zilhões de orientandos. Isso merece uma bandeira vermelha. É ruim para a instituição e também para você. Um orientador com muitos orientandos é um orientador sem tempo. Fuja desses casos.
Eu nunca fiz uma pesquisa antes. Sempre há um começo. Isso valeu para o orientador inexperiente e vale para o pesquisador inexperiente também. Nesse caso, procure um modelo de profissional que você admira, leia os seus estudos e seja sincero com o seu orientador a respeito de suas dificuldades. Lembre-se de que se você já tivesse todas as qualidades prontas de um pesquisador, pouco sentido faria ingressar em um mestrado ou em um doutorado para aprendê-las.11
Assim, @odeiomeuorientador; espero que este post o ajude. E para aqueles que eu já orientei… Bem, vale a leitura da teoria Budista do Karma.
- Para surpresa minha há muitos blogs dedicados ao tema. ↩
- Normalmente, um encontro por mês como média. Estágios iniciais da tese podem demandar maior frequência e fase mais adiantada, menos. Portanto, caso ele nunca esteja disponível, isso é ruim. Muito ruim. ↩
- De todo modo, imprevistos acontecem. Mantenha os seus dados atualizados na secretaria do programa de pós-graduação. ↩
- Sem dúvida seu orientador pode ser atarefado mas interrupções constantes atrapalham a orientação. Caso inúmeras interrupções estejam ocorrendo pergunte (sem irritação) ao seu orientador se vocês deveriam marcar outro horário. ↩
- Eu já testemunhei orientadores criticando o trabalho do próprio orientando durante a defesa. Pessoalmente, acho isso descabido e feio. ↩
- Note a diferença: uma coisa é receber a informação – de você – que há alguns problemas externos à universidade que podem comprometer algum prazo anteriormente estabelecido (fato relevante que deve ser compartilhado com o seu orientador); outra é querer que ele escute e opine sobre questões pessoais suas (fato pessoal seu que ele dificilmente aceitará participar). ↩
- Parte do trabalho que você tem como pesquisador é pesquisar. Ademais, um bom sinal quando você está trabalhando em uma tese é tratar de algo que seja novo para o seu orientador e que ele considere interessante a ponto de merecer pesquisa. ↩
- Para isso você deve se informar na secretaria de seu programa e manter um calendário com essas informações. Recomendo que você crie um calendário Google e o deixe sincronizado com o seu telefone celular e computador. ↩
- Portanto, planeje e trabalhe buscando antecipar problemas. ↩
- Embora sejam esperáveis observações sobre estilo e sobre a qualidade de seu texto. ↩
- Mas peça essa ajuda logo no começo. Porque pouco o ajudará dizer ao seu orientador que você não sabe anotar um texto quando faltam seis meses para entregar a sua tese de doutoramento.
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