Feminismos Africanos e Negros em Contextos de Colonialidades


Os movimentos em prol da defesa dos direitos das mulheres e ou da redistribuição equilibrada de poderes entre as pessoas, independente da sua orientação sexual, do seu sexo ou do seu género, marca grandemente a agenda feminista em quase todas as partes do mundo. No entanto, existem muitas questões específicas que ainda estão por responder, e que são fundamentais para os diversos feminismos possam assumir o seu lugar nas transformações e mudanças que precisam ocorrer nos grupos e espaços geográficos em que actuam. Implica reconhecer que as dinâmicas históricas, políticas, económicas e sociais variam, considerando, por um lado, povos, territórios e corpos que foram (são) escravizados e colonizados e por outro lado, os que colonizaram. A crítica decolonial e pós-colonial (OYERONKE; LUGONES) ao feminismo e conceito de género hegemónico chama atenção para o facto de que, mulher/homem presentes nos discursos e na prática do feminismo hegemónico (ocidental) representa o homem e a mulher ocidental. Tal privilégio de “modelo” advém da colonialidade do poder (QUIJANO), cujo processo de (re)invenção dos sujeitos (MBEMBE; TORRES) fundamenta a prevalência do pensamento feminista ocidental como sendo orientador dos diversos movimentos feministas espalhados pelo mundo. Afinal, estes processos têm sido considerados pelos feminismos negros e africanos? De que forma? O que significa ser feminista negra ou africana em contextos de relações desiguais de poder na geopolítica mundial? A inquietação da pesquisadora moçambicana Paula Machava ecoa nos nossos corações: “sinto que o global sufoca o local […] para sermos reconhecidas como feministas devemos nos ancorar no pensamento ocidental”.

Palavras-Chave: feminismos africanos, feminismos negros, feminismo hegemónico

Participantes:

  • Naentre Sanca é guineense e estudante na UNILAB/SÃO FRANCISCO na Bahia.
  • Nzinga Mbandi é brasileira doutoranda do PPGNEIM/UFBA.
  • Catarina Trindade é moçambicana e doutora em Ciências Sociais
  • Clementina Furtado: é cabo verdiana, doutora em Ciências Políticas e Sociais
  • Izaura Furtado: é brasileira e cabo verdiana, mestre em Psicologia do Desenvolvimento e da Educação
  • Florita Telo: é angolana, doutora em estudos de género

Fórum Gira: Encontro de Pesquisadoras e Pesquisadores do Grupo de Estudos Feministas em Política e Educação da UFBA

ISSN 2675-2948

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