Felipe Bruno Martins Fernandes
Resumo da Biografia
É Professor da Universidade Federal da Bahia no Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade. Líder do Gir@ – Núcleo de Estudos Feministas em Política e Educação. Mestre em Educação pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (2007) onde, como integrante do Grupo de Estudos Sexualidade e Escola (GESE), defendeu sua dissertação sobre a Construção da identidade ativista gay no Brasil. Doutor em Ciências Humanas, área de Estudos de Gênero, pela Universidade Federal de Santa Catarina (2011) (com estágio doutoral no Center for Lesbian and Gay Studies (CLAGS) da City University of New York (CUNY)) e integrante do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS), defendeu sua tese sobre as Políticas educacionais implementadas nas duas gestões do governo Lula, através do Programa Federal Brasil Sem Homofobia. Possui pós-doutorado em Estudos de Gênero (PPGICH/UFSC), em Anthropologie Sociale (EHESS/Toulouse) e em Antropologia da Educação (PPGAS/UFSC). Seus interesses de pesquisa são as políticas públicas de gênero e sexualidades, bem como práticas de associativismo em movimentos LGBTTT e feministas. Suas áreas principais de interesse são Ensino de Gênero, Sexualidades e Antropologia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0569516971502330
Doutorado
Tese de Doutorado: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/95612/295067.pdf?sequence=1&isAllowed=y
A Agenda anti-homofobia na educação brasileira (2003-2010)
RESUMO
Esta tese analisa, com um olhar interdisciplinar, as políticas públicas de combate à homofobia implementadas pelo Ministério da Educação (MEC) durante as duas gestões do governo Lula (2003-2006 e 2007-2010). Pela observação participante e pela análise documental, foi produzido um corpus de material empírico que foi analisado por meio do diálogo teórico com a Antropologia e a História, principais disciplinas que guiaram o estudo. Metodologicamente, a tese foi produzida mediante sistematização de um Banco de Dados de notícias e documentos oficiais, dados sobre eventos acadêmicos e entrevistas com gestores e ativistas registrados em diários de campo, além de registro de conversas informais e outras situações em que estiveram presentes os sujeitos do campo. O texto final se estruturou com base em seis eixos principais: ?História?, ?Estrutura?, ?Políticas Públicas?, ?Atores?, ?Estratégias? e ?Tensões? que possibilitaram, em conjunto, refletir sobre diferentes perspectivas o campo de produção de políticas anti- homofobia na educação. É possível perceber que a dinâmica de implementação de políticas públicas de combate à homofobia envolve uma série de relações global-local em que os movimentos internacionais e nacionais fazem circular categorias e pautas políticas que vão sendo reinterpretadas localmente. No caso brasileiro em pauta, constata-se que os embates internos se baseiam na construção de diferença entre atores políticos da ?academia? e dos ?movimentos sociais?. Também é significativo que o governo Lula tenha assumido o papel de ?indutor? de políticas públicas de combate ao sexismo, ao racismo e à homofobia como uma ?função de Estado?. Desta forma, a política anti-homofobia brasileira durante a década de 2000, incentivada pelas agências estatais do núcleo social do governo federal, constituiu-se em um campo que envolveu diálogo, tradução e disputas entre acadêmicos, ativistas e gestores.
Palavras-chave: Homofobia. Interdisciplinaridade. Políticas Públicas. Educação. Tensões.
Mestrado
Dissertação de Mestrado: http://repositorio.furg.br/bitstream/handle/1/2401/dissertacao_felipe_fernandes.pdf?sequence=1
Muito prazer, sou CELLOS, sou de luta : a produção da identidade ativista homossexual
RESUMO
Esta dissertação foi produzida no Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental, na linha EA: Ensino e Formação de Educadores, e teve como objetivo analisar a produção da identidade ativista homossexual. Foram analisadas narrativas de ativistas homossexuais integrantes do CELLOS/MG, entidade localizada em Belo Horizonte. As narrativas foram produzidas com a metodologia da Investigação Narrativa. Foram estabelecidas conexões com os Estudos Culturais, nas vertentes pós-estruturalistas, utilizando autores como Hall, Louro, Silva, Veiga-Neto etc., e contribuições de Michel Foucault. A Educação Ambiental é entendida como área do conhecimento que não possui “amarras” científicas da produção epistemológica fabricada na academia, e é interpretada como caminho para se dar voz às diferenças, respeitosa e tolerantemente, ampliando o diálogo para todos. Também foram utilizados autores que teorizam sobre o movimento homossexual como Facchini, Green, Fry, MacRae, Câmara etc. Entendo, que é narrando histórias no movimento homossexual que os ativistas vão constituindo-se através de múltiplos discursos. Conjurando histórias importadas de países como os Estados Unidos, e um governo ditador no Brasil; a década de 1970 vê nascer no Brasil as primeiras ações de um movimento homossexual. O CELLOS/MG começa a ser pensado em 2001, quando um grupo de estudantes, partidários e dissidentes de outras organizações optam pela criação do grupo. Foram quatro colaboradores nesta pesquisa. Rick tem 31 anos, é um homem branco, hemofílico e pobre. Ingressou no movimento a convite de um amigo. Lucas tem 31 anos, é pardo, de descendência indígena. Não inicia sua trajetória no movimento homossexual, e sim, nos movimentos pastorais da igreja, e se no movimento partidário do PT. Vicente tem 43 anos, é branco, classe média e inicia no movimento quando muda do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, aos 38 anos. Edivan tem 27 anos, é um homem negro. Inicia o ativismo homossexual no grupo Dignidade em Curitiba, participa do GHAP no RN, sendo o CELLOS/MG sua terceira entidade. Ao analisar as narrativas o “perceber-se” homossexual emergiu, segundo as narrativas, como a primeira “marca” desses sujeitos. O discurso que remete à “percepção” no indivíduo é ligado, muitas vezes, a marcas biológicas. As brincadeiras infantis, mencionadas pelos colaboradores, podem ser entendidas como práticas sociais em que se constituem corpos sexuados, visto que três ativistas remontaram a estas. Na nossa sociedade, “singularmente confessada”, é preciso ressaltar a importância que a revelação pública da identidade homossexual tem na constituição do ativista. Esse “assumir-se”, pode ser entendido como uma estratégia dos grupos para alcançarem o objetivo de “conquista de direitos”. As falas fazem-nos entender que assumir-se constitui-se como atributo determinante para ativistas homossexuais. A “causa” homossexual é caracterizada como um marcador dessa identidade; além disso, demarcam terem sido discriminados, algo comum entre eles. No que tange ao CELLOS/MG, as narrativas nos fazem entender que o grupo preocupa-se com a constituição de seus ativistas, nomeando este processo como “formação”. Todos os ativistas afirmam que a formação passa necessariamente pela prática no interior da entidade. Assim, pude trabalhar com aspectos que indicam como a identidade e a diferença são produzidas no movimento homossexual.
Palavras-chave: educação ambiental, ativismo (social), homossexualidades, identidades, constituição de sujeitos.
Especialização
Monografia de Especialização: TCC Felipe EAD SETEMBRO 2018
As videoaulas como ferramentas acessórias à leitura de textos complexos: estudo de caso a partir do curso de extensão Pensamento Lésbico Contemporâneo
RESUMO
Uma das grandes preocupações no ensino superior é a compreensão das ideias presentes nos textos acadêmicos, dimensão fundamental da educação científica. Assim, é fundamental que todas as etapas na leitura de um texto sejam compartilhadas entre os discentes, estimulando, dessa forma, a construção coletiva do conhecimento e promovendo um aprendizado através do uso real da leitura e da escrita. A escrita, nesse contexto, é considerada uma habilidade e deve se tornar uma preocupação dos docentes. A aquisição dessa habilidade por parte dos discentes é o que se chama de “letramento acadêmico”. A partir da reflexão sobre a construção das videoaulas do curso EAD Pensamento Lésbico Contemporâneo (UFBA, 2017), buscaremos compreender o papel das videoaulas no auxílio à compreensão de textos acadêmicos.
Palavras-chave: Letramento Acadêmico, Videoaulas, Educação à Distância.
Publicações
(vou atualizar aos poucos!)
FERNANDES, Felipe Bruno Martins. The Good Life vs. the Frontlines: the problem of translation in coalition-building between activists and scholars in the implementation of an anti-homophobia agenda in the Americas. R@u: Revista de Antropologia Social dos Alunos do PPGAS-UFSCar, São Carlos, v. 3, n. 2, p.104-120, jul. 2011. Semestral. Disponível em: <http://generoesexualidade.ffch.ufba.br/wp-content/uploads/2017/10/3-GoodLifeFrontlines.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2019.