Discursos de Mulheres Candidatas à Vereadoras de Salvador em 2016

Bárbara Silva da Fonseca

A representação dos grupos subalternizados em postos de liderança da política formal no Brasil é discussão relevante da atualidade. O cenário político nacional tem revelado que, nem sempre, os discursos das candidaturas subalternizadas correspondem com as demandas dos grupos minoritários (KUSCHNIR, 2000), resultando no insucesso eleitoral das candidaturas engajadas. Desse modo, esse trabalho parte da perspectiva da “necessidade de inserção dos grupos excluídos nos espaços públicos de poder” (PHILLIPS, 2001), com objetivo de analisar discursos e estratégias de campanha de candidatas à vereadoras de Salvador em 2016, e compreender a dinâmica da participação das mulheres nas campanhas eleitorais. Através do projeto coletivo “Observatório Feminista da Política”, cujo objetivo foi monitorar os discursos sexistas, racistas e LGBTfóbicos durante as eleições, foram entrevistadas 08 candidatas além da observação participante em eventos, análise de dados eleitorais e revisão da bibliografia sobre o tema. Observamos o pertencimento das candidatas a grupos excluídos – trans*, negro e deficiente – que de fato organiza as candidaturas e mobiliza as campanhas, apesar de todas se reivindicarem “feministas”. As candidatas também denunciaram a falta de recursos e apoio de seus partidos políticos para as campanhas. Prevalece, dessa forma, a exclusão política dos grupos subalternos, que tem suas candidaturas inviabilizadas e não têm acesso aos espaços de tomada de decisão.


Fórum Gira: Encontro de Pesquisadoras e Pesquisadores do Grupo de Estudos Feministas em Política e Educação da UFBA
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