Relato | Avaliação Crítica da Antropologia nos 70 Anos da UFBA

A mesa redonda “Avaliação Crítica da Antropologia nos 70 anos da UFBA” contou com a participação dos antropólogos Maria Rosario de  Carvalho, Livio Sansone, Ricardo Sangiovanni e Felipe Fernandes. No início da mesa, a profa. Maria Rosário apontou que o título da mesa é por demais ambicioso mas que, de fato, faríamos uma avaliação à luz de nossas pesquisas, lembrando que, em nossa área do conhecimento, a memória afetiva do campo tem sido negligenciada. Rosário também apontou os muitos imponderáveis envolvidos em nosso tipo de pesquisa e que, para sua consecução, enfrentamos desafios diversos. Todas as falas assinalaram a questão da necessidade de maior cuidado institucional com a nossa memória e que as universidades deveriam assumir esse papel de maneira mais contundente. Rosário focou sua fala na gênese da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas,observando que esta surge da visão de uma certa burguesia local com valores de justiça social que vislumbravam a necessidade de qualificação profissional e técnica da população, aos moldes do que aconteceu na USP. Ricardo Sangiovanni apontou o imaginário histórico de Thales de Azevedo em seu livro “As Ciências Sociais na Bahia”, lembrando que o autor, também membro da burguesia baiana, se preocupava com a constituição de um campo autônomo das Ciências Sociais na Bahia. Felipe Fernandes analisou a trajetória acadêmica, pessoal e política de Zahidé Machado Neto, socióloga que dedicou anos de docência à UFBA com foco na análise da condição da mulher no mercado de trabalho, o que a torna a pioneira nos estudos sobre a mulher na Bahia, posição negligenciada pelo apagamento de suas contribuições no curso da história dos feminismos baianos. Por fim, Livio Sansone abordou a emergência dos estudos étnico-raciais na Bahia a partir da visita de três pesquisadores norte-americanos, dois deles negros, assinalando suas contribuições, sob diferentes perspectivas, a partir das quais  emergiram diferentes formas de pensar as relações das hierarquias raciais na Bahia. A mesa teve 35 pessoas como público e, ao final, por unanimidade, a mesa endossou a nota do PPGA/UFBA que manifestou apoio irrestrito e solidariedade à Associação Brasileira de Antropologia (ABA), bem como a outras destacadas organizações da sociedade civil, que tiveram a quebra de seus sigilos fiscal e bancário determinados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instituída para investigar a atuação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na demarcação de terras indígenas e quilombolas.

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